quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A vida que não é a minha

Eu tenho uma vida que não é a minha.
A minha não é esta.
A minha fugiu e foge
Por entre os desassossegos.
A minha passa as noites sem mim
e os dias longe.
E eu fico numa que não é a minha
Deve ser de alguém
Que também a espera
E talvez a queira.
Mas eu só queria a minha
Que vai mais à frente com pressa
E por isso não lhe chego
Só a vejo, por entre um pó que cega às vezes
Ou nevoeiro que não levanta.
A minha quando penso nela
Quase que a sei de cor
Sei a que cheira e sabe
Sei a melodia e as letras.
Só que ela foge e deve rir
Da louca que corre atrás dela
A chorar chuvas de mar.

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