sábado, 8 de janeiro de 2011

Adormecer

Desligar
Tentar
Não conseguir
Voltar a tentar
Falhar
Perceber
Não perceber
Noite
Silêncio
Tortura
Exaustão
Desistir
Fazer da noite dia
Esperar
Barulho
Vida
Finalmente
Já não preciso adormecer...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?


Fernando Pessoa

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Doce Solidão

Caminho por uma ruela adormecida pela noite. O silêncio inabalável atordoa-me os sentidos e perco-me a ouvir o sussurrar de coisa nenhuma. Vagueio e divago no vago do nada e o oco preenche o meu todo. Sinto-me beijada pela solidão, pelo vazio. Estarei louca?

Escrito  a 26 de Maio de 2007

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vidas não mortas

"Nasceste vazio mas vives!, vives e aprendes!, aprendes e concluis!, concluis e erras!, erras e cresces!, cresces e vives!, vives e morres!, morres mas não temes!
Morres feliz, a tua missão está cumprida, mudaste o mundo de quem te compreendeu, abalaste o mundo de quem te tentou ignorar. O teu corpo jaz vazio tal qual como nasceu, mas cedeste o dom da tua vida a quem o quis receber. Ainda hoje paira no ar a tua essência embora muitos não a sintam.
Hoje voltei a senti-la ainda mais forte e sei que cheira... cheira a Verão!"

Perfume de mulher

Sente...
O aroma único, o odor suave da pele húmida que acabou de ser beijada, que ainda agora era pura.
Sente...
A seda do corpo dela, envolto no teu. O respirar ofegante do ainda primeiro toque.
Sente...
A água nos olhos dela, os lábios que pedem afago.
Ouve...
A música dos sentidos, a sinfonia agridoce do abraço de dois corpos, o soluçar da felicidade.
Sente...

Escrito a 31 de Agosto de 2007

Apocalipse

Folha branca...
Vontade de falar
Voz presa e sufocada
Grito mudo
Espera eterna
A mão está presa
A mente está presa
A vida está presa
Amargura
Pensar no escuro
Viver no negro
fuga impossível...

Escrito a 13 de Abril de 2008

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O início

Inspiram-me aqueles que insistem em não ser.
Aqueles que não vêm.
Aqueles que só olham.
Aqueles que padecem do maior dos males.
Banalidade
Quero de volta a jovialidade dos tempos genuínos
E fazer arte das palavras 
Libertar-me da apatia
E fugir
Do mundo que me atormenta 
Que insiste em algemar-me
A repetições do mesmo dia 
Vezes sem conta.
Início.
Talvez de nada.
Mas o desejo de começar
Fez-me sorrir.