domingo, 18 de setembro de 2011

Fim de tarde

Se eu pudesse deitar a cabeça
sobre um peito qualquer
o teu seria o que queria e o sono
pesado, a pesar no corpo esgotado
exausto do cansaço de só me cansar
nos trabalhos de me ser
e se eu pudesse
encostar a cara no peito qualquer
que o teu seria, e escutar
um coração qualquer
que só o teu ouviria
e dormir, acordada até
no fim de tarde de mais ninguém
todos devemos ter um fim de tarde
nosso, e o nosso seria
num fim de tarde azul de céu e laranja
também de céu e a minha cabeça,
a minha cara, o meu ouvido, o meu sorrir
encostados no teu peito
que não era só um peito
mas uma vida a pegar noutra ao colo.

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