domingo, 18 de março de 2012

Apelo

Não consigo respirar. O meu peito encontro-o colado nas costas. Tenho um buraco em vez de barriga e tudo é indigesto. Estou cega. Não ouço. Falar, não consigo, nem andar, nem tocar. Tenho gritos de dor no lugar do cérebro. Deixem-me fugir, ou deixem-me no frio de estar sozinha. Deixem-me dormir em noites como esta. Deixem-me viver. Apelo. Suplico. Preciso ser. Preciso de encontrar de novo o que destruiram quando não deixaram nada. Esqueleto deambulante, com forma de gente e voz de gente, e olhar de gente. E sozinho, vazio de vida. Deixem-me morar de novo em mim. Apelo!

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