sábado, 8 de outubro de 2011

Mundo, Tudo, dóis-me hoje

Há dias em que palavras não resolvem, os cigarros não acalmam, e o sono não chega. Os olhos não secam. E a dor, a dor só fica, devora e tortura. A dor fica aqui assim, a matar. Sinto-a a sugar, a pesar. Pesa muito. E tenho medo dos infernos da solidão, dos demónios das noites. Da insanidade de pensar o pensar, pensar que penso, e no que penso. Tenho tantos medos. Como uma menina de poucos anos. Há dias em que sou assim, uma menina, assustada, perdida do mundo. Hoje é mais um dia de dor. Quando digo dor, digo deixar cair o corpo na cama e desistir, ficar a ver o tempo, a demorar. Quando digo dor, é chorar com a música e ouvi-la uma vez depois da outra. É ficar à espera na desesperança de não ver. Te. Quando digo dor é ter muito medo. Muito medo. 
Mundo, Tudo, dóis-me hoje.

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