segunda-feira, 18 de julho de 2011

Só útil se fútil

Noite. Frio. Um vazio avassalador. É assim que me sinto. Horas e horas de tortura, o mundo a pesar. Mais que ao mundo, ao resto dele. Passagem sem significado. A minha. Nada vejo mais que inutilidade. A minha. Sou. E mais? És, são. E mais? Isto só não me contenta, não alivia a dor. Preciso de ser, que sejas, que sejam. Mais. Sofro, peno, morro. E ninguém dá conta. Porque os sorrisos e os tudo bem prevalecem. Aos olhos tristes. Aos braços que pedem. Suplicam. Eu suplico. Digam eu sei. Digam eu também. A vossa felicidade garantida destrói-me. Só existe se fútil? Erro meu, certamente. As dores do não dormir são próprias dos infelizes, e eu sou. E não durmo. E penso. Porque penso não durmo. Porque penso sou infeliz. Porque dói. Por não chegar o passar das horas, por não bastar o dia a seguir à noite. Porque tem de fazer sentido, e tenho de sentir. Que o passar das horas não chega, e não basta o dia a seguir à noite. Ou então sou louca. Talvez.

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