As palavras não chegam nem um pouco, não dizem as confusões das ideias, não mostram os novelos, emaranhados de sentimentos, de dores, de lutas, de perdas. Perde-se a vida assim, como um molho de chaves. Perdem-se sonhos, vontades, desejos. A sensação que fica é de cair num buraco sem término, aos encontrões com pensamentos escuros, doentes de desesperança. E continuo a cair, sem ver o início, onde tombei, e sem ver o fim, onde possa pousar o corpo. Ai a saudade! Sinto falta. Caio por entre imagens, fotografias guardadas nos dias de sol. Olho-as e choro, choro de saudade. Triste, triste fim que não tardou. Chegou, arde, consome. Não sai. Os pensamentos perseguem, e matam aos poucos.
Talvez falte tempo que alivie. Talvez nem o tempo seja solução.
Mas hoje o dia é de chuva, de céu negro e trovoada, de frio gélido que chega aos ossos.
Isso e saudade. Muita!